Contido principal do artigo

José Pacheco Miguel
Universidade de Coimbra
Portugal
José Tomás da Silva
Universidade de Coimbra
Portugal
Teresa Sousa Machado
Universidade de Coimbra
Portugal
Vol. Extr., núm. 10 (2015) - XIII CIG-PP, XIII Congreso Psicopedagogia. Área 10: MODELOS E PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO, Páxinas 045-049
DOI: https://doi.org/10.17979/reipe.2015.0.10.336
Recibido: abr. 30, 2015 Aceito: ago. 16, 2015 Publicado: nov. 28, 2015
Como Citar

Resumo

As preocupações com as questões fundamentais da existência (e.g., o sentido da vida, o que acontece após a morte) constituem uma experiência humana universal, ao ponto da maior parte das pessoas possuírem crenças formadas acerca das questões existenciais.  Para além disso, a valorização transcultural da capacidade para considerar as questões existenciais e a procura de sentido para a própria existência são dimensões importante para o funcionamento humano ideal.  No entanto, uma vez que as pessoas possuem capacidades distintas de exploração e compreensão das questões existenciais, diferindo consideravelmente no modo como contemplam estas questões nucleares, a psicologia necessita de instrumentos que permitam medir o pensamento existencial e avaliar os efeitos e correlatos deste construto.  Allan e Shearer definem este tipo de pensamento como a tendência para se envolver em preocupações fundamentais da existência e a capacidade do sujeito para realizar um processo de atribuição de sentido que o situe relativamente a estas questões existenciais.  Com base neste modelo, os autores desenvolveram uma medida de auto-relato, a Scale for Existential Thinking (SET), cujo estudo psicométrico (dimensionalidade e fidelidade) resultou em evidência confirmatória de um modelo unifactorial, recorrendo a uma amostra de alunos universitários.  Apresentamos neste trabalho os primeiros dados relativos às propriedades psicométricas (dimensionalidade e fidelidade) da versão Portuguesa da Scale for Existential Thinking (SET-P), numa amostra de jovens adultos universitários.  Tendo em consideração a unidimensionalidade da escala, pressuposto do modelo de Rasch, realizou-se uma análise detalhada das propriedades psicométricas da SET-P ao nível dos seus itens, mas no âmbito da Teoria de Resposta ao Item (TRI), uma vez que associa a probabilidade de resposta do sujeito ao seu nível de construto latente (e.g., pensamento existencial) que o instrumento de avaliação psicológica se propõe medir.  Este estudo procura demostrar a qualidade psicométrica da versão Portuguesa da SET através do Rasch Rating scale model (RSM), em termos de dimensionalidade, calibração dos itens, análise do funcionamento diferencial dos itens (DIF) e da adequabilidade da escala de resposta.  Avaliam-se também as relações entre o pensamento existencial, o afecto, a auto-estima e a perspectiva temporal de futuro, recorrendo às versões portuguesas da Positive and Negative Affect Schedule, da Rosenberg Self-esteem Scale e da Future Time Perspective Scale, respectivamente.  São discutidas as implicações destas relações para o desenvolvimento adaptativo dos jovens, bem como as principais limitações do estudo, propondo-se futuras linhas de investigação.

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