Sintomatologia Depressiva e (In)satisfação Escolar
DOI:
https://doi.org/10.17979/reipe.2015.0.05.109Keywords:
Affective Disorders, Academic Learning & Achievement, Emotional DisturbancesAbstract
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 20% das crianças e adolescentes apresente, pelo menos, uma perturbação mental antes dos 18 anos. A nível nacional, são escassos os estudos epidemiológicos que indiquem dados relevantes para um planeamento eficaz de serviços de saúde mental nesta população. Sabe-se que Portugal é um dos países da Europa com índices mais elevados de doença mental (23%), onde a depressão detém uma percentagem de 8%. A par deste indicador, a investigação aponta para uma correlação entre a depressão e a insatisfação com a escola, as reprovações académicas e, consequentemente, com os índices de insucesso escolar que, em Portugal, assume o valor de 25%. A depressão, particularmente em adolescentes, tem vindo, cada vez mais, a merecer atenção por se tratar de um problema significativo com implicações a nível individual e social. O baixo rendimento académico mostra-se como uma possível consequência face aos diversos fatores envolvidos nesta problemática - afetivos, cognitivos, comportamentais, motivacionais e fisiológicos. Deste modo, o baixo rendimento académico aparenta ser consequência da depressão por meio da falta de interesse e motivação dos sujeitos, bem como da sua disposição para sentimentos de autodesvalorização. A depressão é uma das perturbações mais frequentes em adultos, podendo ter início na infância ou adolescência, tendo vindo, cada vez mais a ser observada neste público. As Perturbações do Humor, como a depressão, representam um importante fator de risco para o suicídio na adolescência. Neste sentido, através do estudo realizado com 1818 participantes, cerca de 50% da população adolescente entre os 15 e os 18 anos de todas as escolas da ilha de São Miguel, é possível observar, através dos dados recolhidos, que a depressão encontra-se significativamente correlacionada com o auto-dano e ideação suicida, indo ao encontro ao que é demonstrado na literatura. Resultados do mesmo estudo apontam que a taxa de adolescentes que se envolvem em comportamentos de auto-dano (31.3%) e ideação suicida (26.3%) é elevada. O auto-criticismo parece estar relacionado com a depressão corroborando a literatura na área, sendo, também, indicado como preditivo de auto-dano. Considerando os resultados do estudo supramencionado e a alta prevalência de doenças mentais torna-se imperativo a avaliação, a construção e a implementação de programas que permitam uma intervenção precoce eficaz para a redução dos sintomas depressivos, dando respostas eficazes às necessidades de cuidados, promovendo a saúde mental. Assim, fazendo uma análise custo-benefício, com a necessidade de remediação a vários níveis, a ausência de uma intervenção precoce implicará caras intervenções terciarias, tanto a nível educativo quanto hospitalar.Downloads
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