Contido principal do artigo

José Teixeira
Universidade do Minho / Instituto de Letras e Ciências Humanas
Portugal
https://orcid.org/0000-0003-2272-3464
Vol. 21 (2020), Artigos, Páxinas 173-199
DOI: https://doi.org/10.17979/rgf.2020.21.0.7345
Publicado: dez. 30, 2020
Como Citar

Resumo

É pacífico aceitar que nos provérbios se acumulam as vivências sociais de gerações passadas e que os mesmos representam uma janela para entrever os principais conceitos, modos de ser e de ideário social que em determinada época estruturam o pensamento coletivo de uma comunidade.
Dentro deste âmbito, o Vocabulario Portuguez e Latino de Rafael Bluteau, editado entre 1712 e 1728, em 8 volumes e 2 de suplemento, é o primeiro verdadeiro dicionário da língua portuguesa, na plena aceção do termo. Nesta obra, Bluteau apresenta conjuntos de provérbios portugueses inseridos em variadíssimas entradas que nos permitem entrever as crenças e vivências do Portugal de há mais de 300 anos.
Assim, a partir da palavra “vinho” e dos provérbios nesta entrada inseridos, procuraremos descobrir e analisar não apenas a importância concreta do vinho no viver dos séculos passados, mas sobretudo a sua dimensão simbólica e social que os provérbios (sobre o vinho) revelam, refletindo igualmente como os provérbios se constituem como uma dimensão linguística onde se estratifica o verdadeiro “significado corporizado” (“embodied meaning”) que a atual Linguística Cognitiva põe em relevo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.generic.paperbuzz.metrics##

##plugins.generic.paperbuzz.loading##

Detalles do artigo

Referências

Amaral, Paulo Patrício Brum (2014): Análise da Fundamentação Agronómica dos Provérbios Agrícolas Portugueses. Disertação de mestrado.Universidade de Lisboa https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/8253

Bluteau, Rafael (1712-1728). Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologico, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos. Coimbra, Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 10 volumes.

Cabecinhas, Rosa (2005). “Processos cognitivos, cultura e estereótipos sociais”, Actas do III SOPCOM, VI LUSOCOM e II IBÉRICO – Volume IV, Universidade da Beira Interior, Covilhã.

Chacoto, Lucília (2013), “Muita parra, pouca uva. Da vinha e do vinho nos provérbios portugueses”, Paremia, 22: 2013, pp. 149-160

Ferro Ruibal, Xesús (2016): “Maio come o trigo e agosto bebe o viño. A viticultura no refraneiro galego”, Cadernos de fraseoloxía galega 18, 37-133. http://www.cirp.gal/w3/publicacions/pub-0450.html.

Lippmann, W. (1961) (1922). Public Opinion. Nova Iorque: Free Press.

Moscovici, S. (1978). La psychanalyse, son image, son public. Paris: PUF

Putnam, H. (1975). “The meaning of ‘meaning’“, Philosophical Papers, Vol. 2: Mind, Language and Reality, Cambridge University Press.

Rosch, E. (1973). “On the internal structure of perceptual and semantic categories”, in Moore, T. (Ed.) Cognitive Development and the Acquisition of Language (pp. 111-144), Academic Press, New York.

Rosch, E. (1975). “Cognitive representations of semantic categories”, Cognitive Psycology 7 (pp. 573-605).

Sarmento, Francisco Martins. (1990) A Mourama, Revista de Guimarães, 100, Jan.-Dez. 1990, pp. 343-353.

Tajfel, H. (1981/1983). Grupos humanos e categorias sociais (Vol. 1 e 2). Lisboa, Livros Horizonte.

Teixeira, José (2016). “A força dos valores implícitos dos provérbios na comunicação publicitária”, in Soares, Rui JB & Lauhakangas, Outi, 9º Colóquio Internacional sobre Provérbios-Actas/ 9th Interdisciplinary Colloquium on Proverbs –Proceedings, Associação Internacional de Paramiologia, Tavira, pp. 50-60.

Teixeira, José (2017) “Mais importante que a verdade: o valor argumentativo dos provérbios”, in Soares, Rui e Lauhakangas, Outi (Org.), 10º Colóquio Interdisciplinar sobre Provérbios/ 10th Interdisciplinary Colloquium on Proverbs. Actas ICP16 Proceedings, Associação Internacional de Parameologia/ International Association of Paramiology (AIP-IAP), pp. 550-560.

Viana, M. (1993): «A vinha e o vinho nos provérbios e na cultura popular», in Revista da Biblioteca Nacional, S.2, 8 Janeiro-Junho, 7-22.