Contido principal do artigo

Isabel Margarida Duarte
Universidade de Porto
Portugal
https://orcid.org/0000-0001-7908-5649
Maria Aldina Marques
Universidade do Minho
Portugal
https://orcid.org/0000-0003-3263-1977
Vol. 15 (2014), Artigos, Páxinas 69-85
DOI: https://doi.org/10.17979/rgf.2014.15.0.3626
Publicado: fev. 1, 2021
Como Citar

Resumo

Os modos de presença do locutor no discurso convocam estratégias variadas de discursivização de que decorre uma instabilidade enunciativa fundamental. Analisando um corpus de interações orais, estudaremos os valores generalizantes de “eu” e “tu”, em coocorrência com “nós”, “a gente”, “a pessoa”, “uma pessoa”, “o pessoal”, “as pessoas”, sublinhando a tensão enunciativa que resulta da conjunção da ocorrência da deixis pessoal, ancorada na permanência discursiva de um centro deíctico explícito, com uma perspetiva de distanciação do locutor relativamente ao seu dizer, no uso de enunciados generalizantes. O continuum entre valores deícticos dos pronomes e valores generalizantes permite um jogo entre inscrição e desinscrição enunciativa, útil para a apresentação de argumentos, mais ou menos assumidos pelo locutor, de acordo com o seu programa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

##plugins.generic.paperbuzz.metrics##

##plugins.generic.paperbuzz.loading##

Detalles do artigo

Referências

Ali-Bouacha, M. (1993): “Enonciation argumentation et discours: le cas de la généralisation”, Semen 8 (publicado em 06 de julho 2007). Disponível em: http://semen.revues.org/3985 [consult. 22.05.2013].

Cunha, C. / Cintra, L.F. (2000): Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa: Sá da Costa).

Fernandes, E. (2010): A escola como lugar de discurso(s), Relações de cortesia nas interacções verbais formais entre professores (Braga: Universidade do Minho, tese de Mestrado em Linguística Portuguesa e Comparada) (policopiada).

Fonseca, F. I. (1996): “Deixis e pragmática linguística”, em I. Hub Faria et al. (ed.), Introdução à Linguística Geral e Portuguesa, 437-445 (Lisboa: Caminho).

Neves, M. H. M. (1999): Gramática de usos do Português (São Paulo: Unesp).

Mateus, M. H. et al. (2003): Gramática da Língua Portuguesa (Lisboa: Caminho).

Mondada, L. (2002): “L’indexicalité de la référence dans l’interaction sociale: constructions discursives du «je» et de l’«ici»”, Revista da Abralin, vol. 1, n.º 1, 127-169.

Rabatel, A. (2004a) : “Stratégies d’effacement énonciatif et effets argumentatifs indirects dans l’incipit du Mort qu’il faut de Semprun”, Semen 17. Disponível em http://semen.revues.org/2334 [consult. 18.05.2013].

Rabatel, A. (2004b): “Effacement énonciatif et posture de surénonciation dans le “Dictionnaire philosophique” de Comte-Sponville”, Langages 156, 18-33.

Rabatel, A. (2005): “La part de l’énonciateur dans la construction interactionnelle des points de vue”, Marges linguistiques 9, 115-136. Disponível em http://www.margeslinguistiques.com [consult. 22.05.2013].

Rabatel, A. (2006): “La lecture comme activité de construction intersubjective du soi à travers l’approche interactionnelle du style”, Lidil [En ligne], 33 | 2006, publicado em 05 de dezembro 2007. Disponível em http://lidil.revues.org/57 [consult.14.12.2013].

Rabatel, A. (2009): “Prise en charge et imputation, ou la prise en charge à responsabilité limitée…”, Langue Française 162, 71-87.

Rabatel, A. (2010): “Retour sur les relations entre locuteur et énonciateur. Des voix et des points de vue”, em M. Colas-Blaise, M., Kara, M. et Perrin, L. Petitjean, A. (éds), La question polyphonique ou dialogique dans les sciences du langage. Collection Recherches linguistiques 31, 357-373 (Metz: CELTED, Université de Metz).

Rabatel, A. (2012a): “Sujets modaux, instances de prise en charge et de validation”, em Le Discours et la langue 6, 3-2, 13-36.

Rabatel, A. (2012b): “Positions, positionnements et postures de l’énonciateur”, Travaux neuchâtelois de linguistique 56, 23-42.

Rabatel, A. (2012c): “Enonciateur, sujet modal, modalisation et modalité, em Maury-Rouan, C. (éd), Regards sur le discours. Hommages à Robert Vion 55-72 (Aix-en- Provence: Publications de l’Université de Provence).

Rabatel, A. (2013): “Les relations Locuteur/énonciateur au prisme de la notion de voix”, em Ducard, D., Dufaye, L. Gournay, L. (éds.), Les théories énonciatives aujourd’hui: un demi-siècle après Benveniste, 212-231 (Paris: Ophrys).

Ramilo, M. C. / Freitas, T. (2002): “Transcrição Ortográfica de Textos Orais: Problemas e Perspectivas”, em Duarte, I. M. / Matos, S. / Hüsgen, T / Barbosa, J. (eds.), Actas do Encontro Comemorativo dos 25 Anos do Centro de Linguística da Universidade do Porto, 2 vols., 55-68 (Porto: CLUP).

Raposo, E. P. et al. (ed.) (2013): Gramática do Português. I (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian).

Vion, R. (2004): “Séquentialité, interactivité et instabilité énonciative”, Cahiers de praxématique [En ligne], 45 | 2006, document 2, publicado em 1 de junho 2009. Disponível em http://praxematique.revues.org/111 [consult. 21.05.2013].