Sobre Enfermidades da língua (1759) de Manuel José de Paiva
Contido principal do artigo
Resumo
No contexto das reformas desenvolvidas pelo Marquês de Pombal na segunda metade do século XVIII, a língua portuguesa foi alvo de actuações pedagógicas, nomeadamente com a escolarização da gramática e com o aparecimento de uma incipiente rede de escolas públicas. É nessa época que o livro Enfermidades da língua (1759), de Manuel José de Paiva, dá forma a uma alegoria em que a própria língua portuguesa é apresentada como uma pessoa doente, a qual recebe um tratamento médico facilitado por um profissional que lhe prescreve os remédios adequados durante oito visitas. A obra proporciona uma interessante reflexão sobre a norma linguística, a preludiar caminhos da pesquisa sociolinguística que só surgiriam muito tempo mais tarde.
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Referências
Casagrande, C. / Vecchio, S. (1991): Les Péchés de la Langue. Discipline et éthique de la parole dans la culture médiévale (Paris: Ed. du Cerf).
Verdelho, T. (1982): "Historiografia linguística e reforma do ensino. A propósito de três centenários: Manuel Álvares, Bento Pereira e Marquês de Pombal", Brigantia, II, 4: 347-380.