Contido principal do artigo

Ana Paula Monteiro
Departamento de Educação e Psicologia, Escola de Ciências Humanas e Sociais, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Portugal
http://orcid.org/0000-0002-4082-1474
Elisete Correia
Departamento de Matemática, Escola de Ciências e Tecnologias, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, CEMAT/IST-UL
Portugal
http://orcid.org/0000-0002-1121-2792
Sara Guedes
Departamento de Educação e Psicologia, Escola de Ciências Humanas e Sociais, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Portugal
http://orcid.org/0000-0001-6464-4647
Vol. 9 (2022), Número monográfico XVI CIG-PP, Páxinas 18-30
DOI: https://doi.org/10.17979/reipe.2022.9.0.8910
Recibido: jan. 10, 2022 Aceito: fev. 23, 2022 Publicado: abr. 29, 2022
Como Citar

Resumo

O aumento da popularidade, quer das novas tecnologias, quer da Internet, tem dado oportunidade ao surgimento de novas formas de violência. O ciberabuso no namoro representa uma nova forma de violência no namoro, tendo o mesmo vindo a ganhar dimensões preocupantes. Assim, este estudo tem como objetivos caraterizar a prevalência do ciberabuso no namoro, estudar a relação entre o ciberabuso no namoro e a autoestima, e averiguar se existem diferenças no ciberabuso no namoro consoante o tempo de duração da relação. Participaram 894 estudantes do ensino superior com idades compreendidas entre os 17 e os 56 anos (M = 21.27, DP = 3.69). Foram aplicados um Questionário Sociodemográfico, o Questionário sobre Ciberabuso no Namoro e a Rosenberg Self-Esteem Scale. Os resultados obtidos indicaram que mais de 50% dos participantes sofreram e/ou perpetraram ciberabuso no namoro, verificando-se uma prevalência superior de ciberabuso no namoro por controlo. A autoestima relacionou-se significativamente com alguns fatores desta tipologia de violência, verificando-se ainda que indivíduos que nunca tinham sido vítimas de ciberabuso no namoro, bem como aqueles que nunca tinham perpetrado ciberabuso no namoro, apresentaram uma autoestima mais baixa. Por fim, observou-se que os participantes que estavam há mais tempo numa relação praticaram mais atos de agressão por controlo. Assim, parece pertinente adotar medidas de consciencialização acerca deste fenómeno.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalles do artigo

Referências

Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (2011). Manual crianças e jovens vítimas de violência: Compreender, intervir e prevenir. APAV.

Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. (2020). Estatísticas APAV. Relatório anual 2020. Acedido a 24 de julho de 2021, em https://apav.pt/apav_v3/index.php/en/2698-estatisticas-apav-relatorio-anual-2020

Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. (n.d.). Violência no namoro. Acedido a 22 de julho de 2021, em https://www.apavparajovens.pt/pt/go/o-que-e1

Borrajo, E., Gámez-Guadix, M., Pereda, N., & Calvete, E. (2015). The development and validation of the Cyber Dating Questionnaire among young couples. Computers in Human Behavior, 48, 358-365. https://doi.org/10.1016/j.chb.2015.01.063

Cantu, J. I., & Charak, R. (2020). Unique, additive, and interactive effects of types of intimate partner cybervictimization on depression in Hispanic emerging adults. Journal of Interpersonal Violence, 1-25. https://doi.org/10.1177/0886260520915552

Caridade, S. M., & Braga, T. (2019). Versão portuguesa do Cyber Dating Abuse Questionnaire (CDAQ) – Questionário sobre Ciberabuso no Namoro (CibAN): Adaptação e propriedades psicométricas. Análise Psicológica, 1, 93-105. https://doi.org/10.14417/ap.1543

Centers for Disease Control and Prevention. (2019). Risk and protective factors for perpetration. Acedido a 20 de julho de 2021, em https://www.cdc.gov/violenceprevention/intimatepartnerviolence/riskprotectivefactors.html

Centers for Disease Control and Prevention. (2020). Preventing teen dating violence. Acedido a 22 de fevereiro de 2022, em https://www.cdc.gov/injury/features/dating-violence/index.html

Daspe, M. È., Vaillancourt-Morel, M. P., Lussier, Y., & Sabourin, S. (2018). Facebook use, facebook jealousy, and intimate partner violence perpetration. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, 21, 549-555. https://doi.org/10.1089/cyber.2018.0159

Douglas, H., Harris, B. A., & Dragiewicz, M. (2019). Technology-facilitated domestic and family violence: Women’s experiences. The British Journal of Criminology, 59, 551-570. https://doi.org/10.1093/bjc/azy068

Ferreira, M., Abreu, A. L., & Neves, S. (2019). Guião para a prevenção da violência no namoro em contexto universitário. Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade.

Flach, R. M. D., & Deslandes, S. F. (2017). Abuso digital nos relacionamentos afetivo-sexuais: Uma análise bibliográfica. Cadernos de Saúde Pública, 33, 1-19. https://www.scielo.br/j/csp/a/KxzjtF4CnnYDqkbpTXfWdnt/abstract/?lang=pt

Gámez-Guadix, M., Borrajo, E., & Calvete, E. (2018). Partner abuse, control and violence through internet and smartphones: Characteristics, evaluation and prevention. Papeles del Psicólogo/Psychologist Papers, 39(3), 218-227. https://doi.org/10.23923/pap.psicol2018.2874

Giordano, P. C., Soto, D. A., Manning, W. D., & Longmore, M. A. (2010). The characteristics of romantic relationships associated with teen dating violence. Social Science Research, 39, 863-874. https://doi.org/10.1016/j.ssresearch.2010.03.009

Giráldez, N., & Sueiro, E. (2015). Mitos do amor romántico. Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación, 5, 57-61. https://doi.org/10.17979/reipe.2015.0.05.190

Gracia-Leiva, M., Puente-Martínez, A., Ubillos-Landa, S., González-Castro, J. L., & Páez-Rovira, D. (2020). Off-and online heterosexual dating violence, perceived attachment to parents and peers and suicide risk in young women. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17, 1-20. https://doi.org/10.3390/ijerph17093174

Hancock, K., Keast, H., & Ellis, W. (2017). The impact of cyber dating abuse on self-esteem: The mediating role of emotional distress. Cyberpsychology: Journal of Psychosocial Research on Cyberspace, 11, 1-13. https://doi.org/10.5817/CP2017-2-2

Hinduja, S., & Patchin, J. W. (2020). Digital dating abuse among a national sample of US youth. Journal of Interpersonal Violence, 1-21. https://doi.org/10.1177/0886260519897344

Lucero, J. L., Weisz, A. N., Smith-Darden, J., & Lucero, S. M. (2014). Exploring gender differences: Socially interactive technology use/abuse among dating teens. Affilia, 29, 478-491. https://doi.org/10.1177/0886109914522627

Mosley, M. A., & Lancaster, M. (2019). Affection and abuse: Technology use in adolescent romantic relationships. The American Journal of Family Therapy, 47, 52-66. https://doi.org/10.1080/01926187.2019.1586592

Organização Mundial da Saúde (2014). Relatório mundial sobre a prevenção da violência 2014. Organização Mundial da Saúde.

Reed, L. A., Tolman, R. M., & Ward, L. M. (2016). Snooping and sexting: Digital media as a context for dating aggression and abuse among college students. Violence Against Women, 22, 1556-1576. https://doi.org/10.1177/1077801216630143

Rizzo, C. J., Joppa, M. C., Barker, D., Zlotnick, C., Warren, J., Saint-Eloi Cadely, H., & Brown, L. K. (2020). Individual and relationship characteristics of adolescent girls with histories of physical dating violence. Journal of Interpersonal Violence, 35, 1389-1414. https://doi.org/10.1177/0886260517696859

Rocha-Silva, T., Nogueira, C., & Rodrigues, L. (2021). Intimate abuse through technology: A systematic review of scientific constructs and behavioral dimensions. Computers in Human Behavior, 122. https://doi.org/10.1016/j.chb.2021.106861

Rosenberg, M. (1965). Society and the adolescent self-image. Princeton University Press.

Santos, P. J., & Maia, J. (2003). Análise factorial confirmatória e validação preliminar de uma versão portuguesa da escala de auto-estima de Rosenberg. Psicologia: Teoria, Investigação e Prática, 2, 253-268. https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/16170?locale=pt

Smith, K., Cénat, J. M., Lapierre, A., Dion, J., Hébet, M., & Côte, K. (2018). Cyber dating violence: Prevalence and correlates among high school students from small urban areas in Quebec. Journal of Affective Disorders, 234, 220-223. https://doi.org/10.1016/j.jad.2018.02.043

Stonard, K. E., Bowen, E., Walker, K., & Price, S. A. (2017). “They’ll always find a way to get to you”: Technology use in adolescent romantic relationships and its role in dating violence and abuse. Journal of Interpersonal Violence, 32, 2083-2117. https://doi.org/10.1177/0886260515590787

Van Ouytsel, J. V., Ponnet, K., & Walrave, M. (2018). Cyber dating abuse victimization among secondary school students from a lifestyle-routine activities theory perspective. Journal of Interpersonal Violence, 33, 1-10. https://doi.org/10.1177/0886260516629390

Wolford-Clevenger, C., Zapor, H., Brasfield, H., Febres, J., Elmquist, J., Brem, M., Shorey, R. C., & Stuart, G. L. (2016). An examination of the partner cyber abuse questionnaire in a college student sample. Psychology of Violence, 6, 156-162. https://doi.org/10.1037/a0039442