A autoavaliação de escolas: tensões e sentidos da ação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17979/reipe.2015.0.10.535

Palavras-chave:

Autoavaliação da escola, respostas estratégicas, melhoria educativa, credibilidade social

Resumo

No contexto educativo português a questão da avaliação das organizações escolares tem vindo a ocupar um lugar de destaque na agenda das políticas educativas, onde os processos de avaliação externa e de autoavaliação são apontados como instrumentos decisivos para a melhoria da qualidade do serviço educativo. Porém, numa era de responsabilização (accountability) das escolas pelos resultados escolares, de aumento da pressão para avaliações externas e de elaboração de rankings não tem sido fácil para as escolas desenvolverem processos de autoavaliação que tenham em conta a sua totalidade e consigam promover a capacidade de mudança e melhoria interna. Num contexto onde os objetivos são, por vezes, inconsistentes e não consensuais e as tecnologias pouco claras e frequentemente mal dominadas, a ação organizacional em torno dos processos avaliativos acaba por refletir o jogo dos atores. Integrada numa investigação mais ampla, em curso, com a finalidade de averiguar os efeitos do programa de avaliação externa das escolas (AEE) nas dinâmicas de autoavaliação e nos planos de ação para a melhoria da escola, na presente comunicação restringe-se a abordagem e procura-se conhecer como se desenvolve o processo de autoavaliação nas escolas. Questiona-se essencialmente: (1) como se desenvolve o processo de conceção e implementação da autoavaliação? (2) quais os constrangimentos ao desenvolvimento de processos de autoavaliação?. O estudo geral no qual a comunicação se baseia insere-se numa matriz de cariz essencialmente qualitativo e opta pelo estudo de casos múltiplos, aplicado a cinco escolas (2 escolas secundárias e 3 agrupamentos de escola). Como fonte de informação recorreu-se à observação, entrevistas, e inquérito por questionário. Nesta comunicação apresentam-se essencialmente os resultados das trinta e sete entrevistas realizadas a atores da comunidade educativa com diferentes funções nas escolas. Os resultados preliminares tendem a evidenciar que as organizações educativas, nas respostas às prescrições externas para a sua avaliação e melhoria, recorrem a estratégias e táticas plurais, de tal modo que os processos de autoavaliação, mais do que alimentarem processos de melhoria na prestação do serviço educativo, configuram processos de adaptação que lhes permitem assegurar a sua credibilidade social e a legitimidade organizacional.

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Universidade da Coruña, Servizo de Publicacións

Biografias Autor

Ana Paula Correia, Universidade de Évora

Professora na Escola Secundária Poeta Al Berto, Sines

Virgínio Sá, Universidade do Minho

Centro de Investigação em Educação
Instituto de Educação

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Publicado

28-11-2015

Como Citar

Correia, A. P., Fialho, I., & Sá, V. (2015). A autoavaliação de escolas: tensões e sentidos da ação. Revista De Estudios E Investigación En Psicología Y Educación, (10), 100–105. https://doi.org/10.17979/reipe.2015.0.10.535

Edição

Secção

XIII Congreso Psicopedagogia. Área 10: MODELOS E PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO