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Maria das Graças da Silva
Universidade do Estado do Pará
Brasil
https://orcid.org/0000-0002-9903-0693
Vol. 02 N.º 020 (2015), Educação ambiental, conhecimento tradicional/alternativo, Páxinas 1781-1798
DOI: https://doi.org/10.17979/ams.2015.02.020.1698
Recibido: jun. 12, 2016 Publicado: dez. 14, 2015
Como Citar

Resumo

O presente trabalho resulta de um estudo sobre um conjunto de práticas socioculturais que informam o cotidiano de uma comunidade insular, cuja existência de uma territorialidade ancestral se efetiva por meio de uma diversidade de saberes culturais locais. Visa o conhecimento, a compreensão desses saberes que são construídos e/ou vivenciados no cotidiano de homens e mulheres na sua relação com a biodiversidade. Assume como pressuposto que a maioria das comunidades rurais-ribeirinhas no contexto da Amazônia paraense, embora enfrente cotidianamente uma realidade marcada por condições adversas, constrói na relação com a natureza, estratégias sociais que garantem sua reprodução material e simbólica. Orientou-se pela seguinte questão-contexto: Como se estabelece a relação entre os saberes locais que dinamizam as práticas sociais cotidianas de uma territorialidade ancestral e os processos de apropriação e uso de recursos naturais e que efeitos têm para efetivação de perspectivas mais sustentáveis localmente e valorização da biodiversidade?  Abrange a Ilha de Colares, um típico lugar da Amazônia paraense, cuja pluralidade identitária acolhe marcas singulares de lugares pré-definidos pela existência de mangues, matas, igarapés, rios, no estado do Pará. Utilizou procedimentos da pesquisa sócio-histórica, como a narrativa com o uso da entrevista semi-estruturada. Fundamenta-se teoricamente em fontes de estudo que tratam e refletem sobre as possibilidades da construção de novas epistemologias, que deem conta dos saberes e práticas culturais locais. Os resultados dão conta de uma série de problemas socioambientais; da preocupação local com a manutenção de boas condições ambientais; de um vasto conhecimento de usos de plantas e ervas medicinais, dentre outros. Conclui-se que pautados em saberes locais desenvolvem práticas socioambientais que buscam dar sustentabilidade local e continuidade aos seus modos de vida e costumes.

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