Vol. 25 N.º 2 (2018)

O texto trata de expor um esforço inicial de aproximação das proposições sobre a Ciência Pós-Normal (CPN) e sua comunidade ampliada de pares com algumas noções escolhidas de gestão de Unidades de Conservação (UC) no Brasil, especialmente observando seus dois principais instrumentos, o plano de manejo e o conselho gestor. Em uma mão, a ideia de CPN conduz a um entendimento de que o conhecimento científico e sua validação por uma comunidade de pares estritamente vinculados à ciência, por si, não seriam suficientes para responder aos desafios cada vez mais comuns de uma realidade – sobretudo socioambiental – instável, incerta, complexa e por vezes incompreendida, demandando assim uma aproximação e diálogo entre ciência e política. Em outra, os planos de manejo são tidos como construções apoiadas no conhecimento científico articulado, em menor ou maior medida, consciente ou inconscientemente, com tomadas de decisões essencialmente políticas, seja pelas circunstâncias em que são produzidos ou implementados, seja em razão de contextos históricos, econômicos, culturais e socioambientais em que se realizam. O outro instrumento de gestão de UC focalizado, o conselho gestor, emerge nesta reflexão como espaço potencializado para abrigar a ampliação da comunidade de pares na elaboração de planos que reconhecem a complexidade da realidade que envolve a UC. Utilizando-se de revisão de bibliografia sobre CNP e apoiando-se em aspectos do debate sobre elaboração de planos de manejo e conselhos gestores de UC, o trabalho busca apontar pontos de contato entre as duas discussões, visando responder a uma questão: que aproximações iniciais são possíveis entre a proposta de CNP e contextos socioambientais especialmente vinculados à gestão de UC?

A Educação Ambiental de 4ª Geração é a estrutura para análise e reflexão sobre um dos problemas mais invisíveis e aterradores: o assassinato violento e cruel de mulheres que protegem o meio ambiente. Falamos de feminismo ambiental porque há um padrão comum: empresas e governos que tentam explorar recursos naturais ou espaços naturais com iniciativas industriais ou agroindustriais em territórios habitados por comunidades agrícolas, indígenas ou de baixo nível político-social e acabam matando mulheres líderes movimentos de defesa do território e oposição a essas iniciativas. Apresentamos uma exposição interpretativa e colaborativa preparada pelos estudantes do 1º de Educação Social da Universidade da Corunha que, sob uma perspectiva ecofeminista e ecossocial, tentaram dar a conhecer a luta de tantas mulheres que brutalmente mataram por defender a terra e também por serem mulheres.
Os novos cenários internacionais apagam a Educação Ambiental do discurso hegemônico como referência, e buscam e criam alternativas às vezes de progresso duvidoso. O discurso da sustentabilidade tão fraco quanto maleável falha em destronar o movimento educacional já maduro.
A educação ambiental existe porque existem grupos que resistem. Grupos de professores em escolas, professores e estudantes em universidades, políticos e políticos em administrações locais e nacionais, organizações sociais em municípios, organizações internacionais em debates ... e muitas pessoas na vida cotidiana que demonstram a necessidade de uma educação comprometida em pessoas e meio ambiente, longe de modelos de desenvolvimento que minam as possibilidades de desenvolvimento humano justo e eqüitativo.
Nesta edição do projeto AMBIENTALMENTE sustentável, oferecemos reflexões, desafios e propostas para promover políticas públicas de Educação Ambiental, práticas comprometidas e transformações do local com uma perspectiva global. O planeta Terra merece, assim como as pessoas.

O artigo explora o papel dos movimentos ecofeministas no desenvolvimento da Educação Ambiental, sua formação, sua definição e as mulheres espanholas que representam esse movimento.
Na década de 1970, coincidindo com a época em que o termo Educação Ambiental foi cunhado pela primeira vez, o movimento ecofeminista nasceu nas mãos da francesa Françoise d'Eaubonne. Investigando as informações das vozes ecofeministas espanholas, pretende-se analisar as origens e conseqüências do ecofeminismo na sociedade e seu impacto na história da EA espanhola.
Muitas mulheres realizaram ativamente uma árdua luta pela proteção do meio ambiente e da natureza e pela manifestação da importância que o ambiente natural tinha no campo educacional. Um exemplo claro foram os irmãos Blanca e Clotilde Catalán ou Leonor Serrano Pablo e Gloria Giner de los Ríos. Atualmente, destacam-se as ecofeministas Alicia Puleo e Yayo Herrero.

Este estudo é resultado de pesquisa sobre educação para recursos hídricos desenvolvida pelo projeto “Implicações do Ambiente no Processo de Ensino-Aprendizagem”, apoiado pelo Programa Observatório da Educação da CAPES, junto a escolas públicas do Complexo do Alemão, Rio de Janeiro. O seu foco primordial foi contribuir para a conscientização e mudança de atitudes dos alunos da Educação Básica, no que tange à proteção e preservação dos recursos hídricos. A experiência foi realizada por meio de oficinas com práticas de educação ambiental, voltadas para a preservação e conservação da água, por meio de “técnicas pedagógicas interdisciplinares”, como jogos e pinturas de murais, o que serviu para resgatar conhecimentos prévios e introduzir novos conteúdos sobre preservação e proteção das águas. Ficou demonstrado que a Educação Ambiental tem forte poder mobilizador e que a escola básica deve manter aberto o espaço para outras redes de interação, permitindo, assim, ampliar as possibilidades de aprendizado e formação dos alunos, agregando aos seus conteúdos e práticas regulares novos valores e novas formas de abordagem.

As mudanças sociais e econômicas às quais a população está sujeita causaram muitos benefícios nesse sentido, mas, ao mesmo tempo, também levaram a uma série de problemas ambientais (desmatamento, poluição, etc.). A melhor maneira de transmitir a Educação Ambiental é através de seus sistemas educacionais –e em conjunto com as famílias–, dando importância desde os estágios iniciais do crescimento humano. Daí a importância do conhecimento dos professores (e futuros professores) sobre esse tópico. Por esse motivo, o objetivo deste estudo é compreender as concepções que futuros professores do ensino fundamental têm em relação à reciclagem. O estudo foi realizado entre os anos acadêmicos 2015-2016 e 2017-2018 e participaram 329 estudantes do Ensino Fundamental. Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionário composto por oito questões (cinco abertas e três fechadas). Os resultados mostram que, apesar das boas intenções demonstradas pelos participantes, eles ainda possuem ignorância e maus hábitos em relação à reciclagem. Nesse sentido, é evidente a necessidade de incorporar a sustentabilidade no ensino universitário em geral, e na formação de professores em particular.

Para entender os principais desafios que o mundo enfrenta e responder a eles - pobreza, mudança climática, água e segurança alimentar, perda de diversidade biológica e cultural, rápida urbanização e desertificação - o Programa MAB, através do sua Rede Global de Reservas da Biosfera (RMRB) e suas redes regionais e temáticas abordarão estrategicamente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) por meio de iniciativas de desenvolvimento sustentável nas reservas da biosfera, realizadas em colaboração com todos os setores da sociedade, garantir o bem-estar das populações e seu meio ambiente.