Ai flores, ai flores do verde pino: edição crítica e interpretação
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Resumo
A cantiga Ai flores, ai flores do verde pino, de D. Dinis, é uma das mais conhecidas da lírica galego-portuguesa e uma das mais representativas do género cantiga de amigo. Os manuscritos que a transmitiram (Cancioneiro da Biblioteca Nacional e Cancioneiro da Vaticana) apresentam divergências surpreendentes, que têm sido resolvidas nas edições críticas de forma consensual. Há no entanto razões para rever este consenso. Por outro lado, tratando-se de uma cantiga dialogada, tem também havido consenso na atribuição do refrão sempre à mesma voz, interrompendo o discurso da segunda voz. A interpretação que conduziu a esta opção e a inscrição da cantiga numa tradição popularizante pode ser questionada com base no entendimento de que D. Dinis adapta a técnica das cantigas de seguir para obter uma alegoria sentimental e o retrato de uma figura feminina em aflição.
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