Contido principal do artigo

João Paulo Madeira
Universidade de Cabo Verde
Cabo Verde
https://orcid.org/0000-0002-0016-8167
Vol. 26 N.º 1-2 (2019), Recursos e instrumentos sociais, Páxinas 71-78
DOI: https://doi.org/10.17979/ams.2019.26.1-2.6553
Recibido: mai. 22, 2020 Publicado: dez. 22, 2019
Como Citar

Resumo

A sociedade Bijagó articula-se em torno de aldeias, unidades políticas e económicas de base que gozam de autonomia de decisão e de uma quase autossuficiência. Os clãs estão organizados por sexo e classes de idade, cada um desempenhando um papel e possuindo deveres na comunidade. Cada ilha ou aldeia possui as suas próprias formas de adoração que estão voltadas para ídolos ou deuses - irãs - entidades dotadas de poder para fazer o bem ou o mal e às quais as preces são dirigidas. Cada ilha é considerada propriedade do clã e do seu irã como guardião. Existem áreas consideradas sagradas, o que significa que ninguém se pode estabelecer nelas, sendo interdito o seu uso continuado. Este é o caso de certos espaços em Rubane, Enu, Orango e Carache. Estas áreas são particularmente importantes para a conservação da natureza, uma vez que misturam vários tipos de ambientes, desde as savanas e mangueirais até aos bancos de areia, entre os canais de mar. Pretende-se com este artigo compreender como se articula a gestão das terras e a divisão dos espaços e explicar como se processam as decisões relativamente à preservação do ambiente e dos recursos naturais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalles do artigo

Referências

Binet, Thomas, Pierre Failler e Andy Thorpe (2012). Migration of Senegalese fishers: a case for regional approach to management. Maritime Studies ,11, pp. 1-14

Campredon, Pierre e Paulo Catry (2018). Bijagos Archipelago (Guinea-Bissau), em C. Max Finlaysont, The Wetland Book, pp. 1-8. Springer Nature Switzerland AG.

Campredon, Pierre e François CUQ (2001). Artisanal fishing and coastal conservation in West Africa. Journal of Coastal Conservation, 7, 1, 91-100.

Có, Meio-Dia Sepa Maria Lé (1994). Mudanças recentes da linha de costa e dos ecossistemas costeiros da ilha de Bubaque (Arquipélago dos Bijagós). Dissertação de Mestrado. Faro: Universidade do Algarve.

Costa Correia, Edna Rita de Freitas da (2018). Small pelagics, predatory fish and seabirds: trophic and behavioural interactions in a marine protected area in Guinea-Bissau. Dissertação de Doutoramento. Lisboa/Aveiro: Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa/Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro.

Cross, Helen (2016). “Displacement, disempowerment and corruption: challenges at the interface of fisheries, management and conservation in the Bijagós Archipelago, Guinea-Bissau”, Fauna & Flora International, 50 (4), pp. 693-701.

Cuq, François et al. (2011). Un système d’information géographique pour l’aide à la gestion intégrée de l’archipel des Bijagos (Guinée-Bissau): notice de la carte, constitution et exploitation du SIG. CNRS, Géosystèmes/INEP, IUCN.

Fernandes, Raúl Mendes (1995). “Contradições entre linhagens dominantes e classes de idades Bijagós”, Soronda - Revista de Estudos Guineenses, 20, pp. 73-79.

Fernandes, Raúl Mendes (1989). “O espaço e o tempo no sistema político bidjogó”, Soronda - Revista de Estudos Guineenses, 8, pp. 5-23.

Gallois-Duquette, Danielle (2000). “Introdução aos Bijagós da Guiné Bissau”, em Rita Sá Marques (Coord.), Na Presença dos Espíritos. Lisboa, Museu Nacional de Etnologia.

Kaczynski , Vlad M. e David L. Fluharty (2002). European policies in West Africa: Who benefits from fisheries agreements? Marine Policy, 2, 26, pp. 75-93.

Kyle, Steven (2009). The macroeconomic context for trade in Guinea-Bissau. Working Paper, Department of Applied Economics and Management. New York: Cornell University, Ithaca.

Madeira, João Paulo Carvalho e Branco (2009). Gestão do Espaço e da Propriedade Tradicional no Arquipélago dos Bijagós. Dissertação de Mestrado em Estudos Africanos. Lisboa: ISCSP.

Maretti, Cláudio Carrera (2003). “The Bijagós Islands – culture, resistance and conservation”, Policy Matters, 12, pp. 121-131.

Njock, Jean-Calvin e Lena Westlund (2010). “Migration, resource management and global change: experiences from fishing communities in West and Central Africa”, Marine Policy, 4, 34, pp. 752-760.

Oliveira, Sandra (2009). Educação para Todos: Urok – Arquipélago dos Bijagós - Guiné-Bissau. Lisboa: IMVF e Tiniguena.

Sais, Abílio Rachid e Alexandre ABREU (2011). A Economia Local da Área Marinha Protegida da Comunidade de UROK: Dinâmicas, Constrangimentos e Potencialidades. Lisboa: IMVF.

Silva, Dilma de Melo (2000). Por entre as Dórcades Encantadas: Os Bijagó da Guiné-Bissau. São Paulo: Terceira Margem.

Tous, P., M. Ducrocq, D. Bucal e E. Feron (1998). “Shark populations are possibly under serious threat in the Bijagos archipelago (Biosphere Reserve), Guinea Bissau”, West Africa. Shark News. Newsletter of the IUCN Shark Specialist Group. Newbury, Berkshire, UK.: Nature Conservation Bureau Limited, 10, p. 4.