Negra Justiça:

raça como nossa cor

Autores/as

  • Lilian Márcia Balmant Emerique Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Ilana Aló Cardoso Ribeiro Universidade Estácio de Sá / Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.17979/arief.2025.10.2.11587

Palabras clave:

raça, branquitude, hermenêutica jurídica, mulheres amefricanas, perspectiva de gênero

Resumo

O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a Justiça e seus símbolos desde uma perspectiva de raça com um olhar crítico em relação a branquitude e gênero pensando desde uma ótica centrada em mulheres amefricanas e do feminismo decolonial, tendo como horizonte uma justiça capaz de enxergar para além das vendas da Hermenêutica Jurídica Patriarcal da Branquitude que cobrem os seus olhos e centrada numa perspectiva de gênero, não abdicando de ser mulher. Em primeiro lugar, são pontuados alguns aspectos da Justiça esboçados na representação da deusa Themis que reverberam numa Hermenêutica Jurídica Patriarcal da Branquitude e, em seguida, são expostos elementos para pensar uma Justiça com perspectiva de raça e gênero, desde o olhar de mulheres amefricanas e do feminismo decolonial. Por último, refletimos sobre um paradigma de Justiça comprometido com a luta contra os privilégios do patriarcado e da branquitude esboçados numa Hermenêutica Jurídica do Oprimido. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e qualitativa baseada no método dedutivo, cujo resultado indica que o sistema jurídico e de justiça pode contribuir para reforçar os privilégios da branquitude e do patriarcado encobertos pelos olhos vendados na representação da justiça da deusa Themis, sendo necessário pensar numa negra justiça.

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Biografías do autor/a

  • Lilian Márcia Balmant Emerique, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutora em Direito do Estado (PUC/SP).
    Mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional (PUC-Rio). Mestre em
    Ciência Política e Relações Internacionais (UNL). Professora Associada da
    Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
    Coordenadora do Laboratório INPODDERALES/UFRJ.

  • Ilana Aló Cardoso Ribeiro, Universidade Estácio de Sá / Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Ilana Aló Cardoso Ribeiro. Doutora em Direito UFRJ. Mestre em Ciências Políticas FLACSO/EC. Mestre em Direito Constitucional UFF. Professora na UNESA. Pesquisadora do Laboratório INPODDERALES/UFRJ. E-mail. ilanaaloribeiro@gmail.com

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Publicada

2025-09-04

Cómo citar

Negra Justiça: : raça como nossa cor. (2025). Atlánticas. Revista Internacional de Estudios Feministas, 10(2), 2-34. https://doi.org/10.17979/arief.2025.10.2.11587