Transformaciones productivas e inserciones laborales de trabajadores/as del vino, en valles de Chile y Argentina

Resumo

Os territórios de Casablanca no Chile e Mendoza na Argentina, nas últimas décadas, testemunham uma série de transformações, que incluem a paisagem e o trabalho, diferenciados do ponto de vista do gênero. Reconversão produtiva, alterações na estrutura da posse da terra e do uso do solo, no quadro da instauração de uma indústria vitivinícola de corte neoliberal e orientada para a exportação, modificaram a estrutura do mercado de trabalho, densidade e composição da população e das formas de vida em comum, incluindo migrações sazonais e definitivas. O objectivo da investigação foi descrever as componentes centrais do actual modelo de trabalho vitivinícola em ambos os vales, flexibilidade (contratual, salarial e de jornada) e assalariação feminina, o que implicou caracterizar os territórios; conhecer as inserções que assume o emprego sazonal, analisar as diferentes formas de remodelação do tempo de trabalho produtivo e reprodutivo, e indagar nas avaliações e significados subjectivos do trabalho por homens e mulheres. Utilizando uma metodologia qualitativa, analisaram-se relatos de trabalhadores/as, obtidos por meio de entrevistas em profundidade. As perspectivas teóricas usadas apelam às noções não tradicionais de território rural, à metamorfose da questão social (Castel, 1997) e à emergência da tolerância à fragmentação, no âmbito da corrosão do caráter (Sennet, 1999). A desregulamentação do trabalho, a desprotecção de direitos, bem como a ausência de soluções para enfrentar a articulação trabalho-família, constituem obstáculos à igualdade social e de género.